Geraldo Costa Leal e Luis Leal Filho demonstram nesta rica contribuição não somente um enorme inventário das salas de exibição cinematográfica que existiam outrora numa Salvador ainda não uniformizada pelos complexos de salas atuais existentes nos shoppings centers, mas um registro surpreendente que testemunha uma proliferação de casas de espetáculos em vários pontos da cidade.
Cada bairro tinha o seu cinema. Os complexos de salas existentes nos dias de hoje por um lado oferecem conforto e segurança, no entanto descaracterizam o cinema enquanto casa de espetáculos, não há mais o sentido atmosférico que existia nos cinemas de rua. Cada um tinha sua personalidade, sua identidade. A arquitetura, a decoração, o tamanho da tela, a disposição das poltronas, tudo isso interferia no carregamento de emoções de seus contempladores.
Para os cinéfilos mais antigos, a leitura do livro proporciona uma espécie de viagem numa máquina do tempo, graças à prodigiosa memória de Geraldo Leal e à cuidadosa pesquisa de Luis Leal Filho.