O Olho da História Laboratório de Reflexão Transdisciplinar
33 monstros chegaram, 33 riram, machucaram, violaram.
Nenhum deles ajudou, nenhum penou, todos quebraram a não digna de pena, mas, forte vítima que não sucumbiu, porém se partiu em 33 pedaços.
3 vezes 11 foi a vontade dos monstros em matar, degradar e escancarar uma inocente ao rio do ódio de um patriarcado secular, que não os vê como algozes, mas vítimas de um comportamento que não seria qualificado e assim foi 33 vezes punido para exemplar o infundado.
Depois dos 33 monstros, outros monstros ainda virão, outras casas serão visitadas, outras vidas violadas, outros medos serão novamente 33 vezes nascidos ao andar numa rua deserta, ao usar uma roupa nova, ou ao ouvir assobios de outros tantos algozes infalíveis em brutalizar suas másculas máscaras de violadores-monstros-bonzinhos.
Mas, 33 mil vezes mil vozes gritarão que basta, e essa força será mais forte a cada monstro encarcerado, até que um dia se perceba que não existe mulher frágil e sim apenas o corpo, inviolável, de um outro ser, semelhante e com igualmente seu espaço respeitado como tem de ser.
(Matheus Lima escreveu esse poema sensibilizado pelo estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 21 de maio de 2016. Lilian Morais também utilizou sua arte para mostrar seu horror e sua indignação).
