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POR QUEM OS SINOS GREGOS DOBRAM? Parte 1

Osvaldo Coggiola

A crise econômica e a revolta social e política na Grécia expressam a falência da união capitalista da Europa no seu elo circunstancialmente mais fraco, e a profundidade da crise capitalista mundial. As formas da revolta grega, o rotundo (61,3 %) não à “troïka” (UE, BCE, FMI) no referendum de 5 de julho de 2015, e suas consequências políticas, afundam suas raízes na história contemporânea da Grécia, e possuem uma projeção não só europeia, mas mundial. As belles âmes que propõem como solução para a “tragédia grega” um substancial desconto na sua impagável dívida, como também o faz o FMI, em nome do débito que o mundo contraiu historicamente com a filosofia e a ciência experimental da Grécia Antiga, suposta “mãe do Ocidente”, na melhor das hipóteses, e ainda na melhor das intenções, não sabem do que estão falando.

Guerras Mundiais

No século XIX, a rebelião grega pela independência do país iniciou a contagem regressiva do Império Otomano, e foi o sinal anunciador de um processo revolucionário de alcance europeu, concretizado nas revoluções de 1848. Uma onda revolucionária abalou Europa na década de 1820, repetida em 1830. Os países mais afetados foram os do sul da Europa, Espanha, Nápoles e Grécia (foi, por isso, chamado de “ciclo revolucionário mediterrâneo”). Na Grécia, em 1821, teve início o movimento pela independência do Império Otomano, obtida e proclamada em 1822, depois de violenta luta que custou, entre outras, a vida de Lorde Byron, poeta romântico e representante parlamentar inglês (democratas de toda Europa se apresentaram como voluntários para combater pela independência grega). A grega foi a única (a última) das revoluções nacionais e democráticas do século XIX que contou com o apoio das potências europeias.

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