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A grande crise rastejante

criseA grande crise rastejante de Vito Letízia, tem uma importância singular para a compreensão da conjuntura, pelo método empregado para analisá-la. Ao refletir sobre o lugar da China no mundo contemporâneo, por exemplo, Vito Letizia não se contenta com agrupar os dados mais imediatos, mas mergulha fundo na história do
país, para daí extrair as consequências de longo alcance. O mesmo método é empregado nos demais textos: A grande crise aberta em 2007 se debruça sobre a gênese e o desenvolvimento do processo iniciado pelo estouro da “bolha” nos Estados Unidos; A crise rastejante procura detectar as suas especificidades em relação a outras tantas crises do capital; finalmente, as duas entrevistas tentam dar conta da situação
conjuntural na América Latina (Estamos apenas no início de uma crise mundial) e do panorama mais geral, com ênfase para o Brasil (Destruição da Amazônia financia crescimento brasileiro). Mas o método está a serviço de um fim preciso: a luta contra o capital. Letizia leva ao pé da letra a recomendação feita por Karl Marx em suas teses contra Ludwig Feuerbach: não basta interpretar o mundo, o que importa é transformá-lo.

Vito Letizia (1937 – 2012), dedicou a vida à luta revolucionária. Em maio de 1970, foi preso pela ditadura, quando integrava a Fração Bolchevique Trotskista, e libertado quase três anos depois. Após um período de exílio na França, voltou ao Brasil, onde ajudou a fundar, em novembro de 1976, a Organização Socialista Internacionalista (OSI), com a qual rompeu, dez anos mais tarde. Durante duas décadas, foi professor de Economia Política da PUC-SP. Nos últimos anos de vida, militou brevemente no PSOL e dirigiu os seus esforços no sentido de realizar um “retorno à Marx”, com o objetivo de recuperar a sua originalidade revolucionária e exercer a crítica dos vários marxismos que o sucederam. Em sua última participação pública num ato político, realizado na Apropuc em 25 de outubro de 2011, lançou o grupo Interludium, que mantém um site homônimo.

 

 

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