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Livros de Pierre DARDOT e Christian LAVAL

sauverSauver Marx ?
Empire, multitude, travail immatériel (La découverte, 2007)

De Pierre DARDOT, Christian LAVAL e El Mouhoub MOUHOUD

Sauver Marx?, literalmente Salvar Marx?, restaura a coerência teórica do novo marxismo, voltando às suas raízes e colocando em evidência seus limites: a dificuldade de pensar o sujeito político na era da mundialização, recondução da tese de um “motor” da história, concepção unilateral das mutações da ordem produtiva. Essas limitações referem-se aos limites mesmo do marxismo: é, portanto, inútil tentar salvar Marx das dificuldades do seu próprio pensamento. Para os autores, que têm o objetivo de reviver a melhor tradição da discussão teórica e política, que designa sempre o nome de Marx à crítica rigorosa do capitalismo, não pode ser confundida com o marxismo enquanto um discurso sobre a história .

 

 

 

karl

Marx, prénom: Karl (Gallimard, 2012)

Pierre Dardot , Christian Laval

A crise mundial do capitalismo estimula uma redescoberta de Marx. No entanto, seria inútil procurar uma doutrina pronta para ser utilizada como uma simples atualização. Em Marx, prénom: Karl, Dardot e Laval propõem – e isso é mais ambicioso do que parece – não encontrar a garantia de um futuro melhor, mas pensar a presente situação histórica e social e elaborar uma saída possível. Todos os grandes textos de Marx procuram articular duas perspectivas muito diferentes. A primeira, é a lógica do capital como sistema completo. Tanto o movimento inevitável, através do qual o capital se desenvolve em um todo, subordinando todos os elementos da sociedade. A segunda, é a lógica estratégica de confronto: a luta de classes, explícita ou não, tranforma as condições da luta, as subjetividades dos atores e, finalmente, liberta os domínios do assujeitamento, abrindo caminho para a sua emancipação. Longe de dar à doutrina uma coerência, o “comunismo” é o meio termo imaginário capaz de resolver essa tensão entre as duas perspectivas diferentes presentes no interior do pensamento de Marx. Colocar em evidência essa disjunção insuperável, ajuda a fazer uma pergunta que atualmente é de todos nós: como nos libertarmos do capitalismo, dessa forma histórica que se tornou “mundo”, sem ser condenado a sofrer longo tempo, pagando o preço da devastação de todas as ordens, que hoje, apenas vislumbramos a escala?

 

 

commun

Há, no mundo inteiro, movimentos de contestação da propriedade por uma pequena oligarquia. Seja a propriedade dos recursos naturais, dos espaços e dos serviços públicos ou dos conhecimentos e das redes de comunicação. Todas essas lutas levantam a mesma exigência, repousam todas no mesmo princípio: o “comum”. Em Commun. Essai sur la révolution au XXIe siècle (Comum, Ensaio sobre a revolução no século XXI) (La découverte, 2014), Pierre DARDOT e Christian LAVAL mostram porque este princípio é necessário, hoje, como um termo central e de alternativa política para o século XXI. Defendem os autores a hipótese de que o termo “comum” forma a luta anticapitalista e a ecologia política contra as novas formas de propriedade privada e do estado; articula as lutas práticas de pesquisas sobre a apropriação coletiva dos recursos naturais ou de informação; refere-se às novas formas democráticas que aspiram assumir a representação política, tirando-a do monopólio de partidos. Este surgimento do “comum” na ação, precisa de um trabalho de  esclarecimento no pensamento. O sentido atual de “comum” se distingue de numerosas utilizações passadas dessa noção, sejam elas filosóficas, jurídicas ou teológicas: o bem supremo da cidade, universalidade da essência, propriedade inerente de certas coisas. Mas, há um outro conceito de “comum”, não a essência dos homens ou da natureza das coisas, mas a atividade dos próprios homens: somente uma comunhão de prática pode decidir o que é “comum”, reservar certas coisas ao uso comum, produzir as regras capazes de organizar os homens. Nesse sentido, o “comum” chama a uma nova instituição da sociedade por ela mesma: uma revolução.

 

 

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