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SOBRE GUERRAS TRAGÉDIAS E FARSAS

Sou leitor de Marx, mas não fanático. Mas o que ele disse sobre a história (dela se repetir) está correto. Seus acontecimentos importantes, fortes, se repetem em forma de tragédia ou farsa. O que ele não disse, e o que eu digo agora, é que hoje ela se repete em ambas as formas pelo estágio evolutivo que a história sob o capitalismo alcançou.

Grande parte dos pesquisadores têm dificuldade para entender que a totalidade histórica funde nos processos sociais e, portanto, em cada fato importante e menos importante, as diversas determinações de tais processos. Não é possível hoje, entender as guerras apenas pelas decisões políticas dos grande líderes, de seus interesses mais mesquinhos, ou apenas por aqueles das classes dominantes e/ou de suas frações dominantes, embora tudo isto entre na fervura. Na etapa alcançada pelo capitalismo, pela sua lógica interna de reprodução e pelos impasses que ela mesma constituiu para si. Tais mecanismos agem, como Marx dizia já no final do século XIX, transformando o capital também em um autómato.

O capitalista age através deles com uma consciência que não pode ser absoluta e nem ele pode deter o controle total de suas engrenagens, nem muito menos, de suas consequências. Ele “acredita” que o capitalismo e1 infinito e não percebe os impasses da reprodução do capital como estruturais e definitivos. Mas muitos que se baseiam nos fundamentos da crítica da economia política, pensam também, que é possível à criatividade do capitalista e de seus gerentes, produzir saídas. Eis que as guerras se impõem como pseudo necessidades porque, inclusive para o capitalismo, para sua acumulação de capital com lucro crescente, elas não conseguem mais como antes, “resolver” suas crises estruturais. A situação hoje, é pois, ainda mais grave que entre 1929/1945.

Se em algum momento as guerras tiveram uma função construtiva e algumas delas podem ter sido justificáveis, hoje, não existe guerra eticamente correta. Sua prática será uma FARSA de solução, porque também promoverá, mais detruição e o aprofundamento do fosso no qual está jogando a humanidade. A ilusão de uma guerra alternativa correta é “é um sonho”, “uma ilusão”. E  “ilusão” é uma palavra usada aqui ao contrário da forma como os espanhóis entendem, como positivo e desejável. Éuma verdadeira “ilusão” se  pensar que os problemas da Palestina e do Oriente Médio, assim como aqueles da Ucrânia, da Síria, etc, se resolverão nessas guerras que se resumem à guerra da auto-destruição ecocida promovida pelos capitalicidas no poder. Nossos analistas estão, ao mesmo tempo, cometendo um erro de análise em acreditar que se poderá resolver os problemas da crise estrutural do capitalismo construindo uma hierarquia de urgências. Todas e qualquer saída só poderá ser alcançada se reverter a crise ecológica também

 

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